Day 9: London, UK

(terça, 13 de Outubro)

Terça foi um dia cheio, acordei cedo, tomei café da manhã, conheci mais algumas pessoas, passei um tempo verificando as possibilidades para as próximas etapas da viagem e decidi não ir para a Espanha e Portugal porque quero passar mais tempo na Itália, senti que é pra lá que devo ir.

Fechei minha viagem comprando a passagem de Roma para Londres de onde volto para casa nos EUA. Queria ir para Genebra visitar a Mara, mas não consegui fazer os planos baterem com a idéia de não gastar muito: voando para Milano consigo alugar o carro por menos de 20 euros por dia e devolvê-lo em Roma no aeroporto no dia do meu retorno. Estou esperando ainda a resposta da maledeta para ver se ela me encontra em Lugano na Suiça, antes de eu retornar à Itália e começar a aventura.

Fiquei cerca de meia hora checando e-mails e fui pra rua! Foi muito bom, parei perto do British Museum e entrei. O museu é enorme e bastante recheado de coisas interessantes, muito facilmente você precisa de dois dias inteiros para olhar tudo e ainda vai achar que precisava de mais um pouco. Até onde sei nenhum museu na Grã-Bretanha é pago, você entra e aproveita. Vai pagar pelas exposições especiais e por acessórios como o "audio tour", algo que, na minha opinião, ajuda muito a aproveitar o museu porque você consegue apertar um número correspondente ao que está vendo e ouvir uma explicação. De qualquer forma eu gosto da sensação de olhar para o que é considerado uma obra de arte e ficar imaginando o artista diante daquilo, nos momentos que antecedem aquele segundo quando ele ou ela decide que terminou. Como havia muitas estátuas de vários momentos do império romano e da Grécia antiga, também tive a oportunida de pensar na quantidade de arte que era produzida naquela época e na forma como arte é valorizada ao longo do tempo. Uma peça sem preço, produzida por um simples artista de rua da Grécia antiga... Aí pensei em Van Gogh que morreu pobre e por aí foi a viagem...

Eu não consegui comprar ingresso para o especial sobre Hadrian, um dos imperadores mais contundentes de Roma, porque já estava tudo vendido até a semana que vem. Li grandes elogios sobre essa exposição que explora o perfil psicológico dele. Eu vi duas estátuas, uma dele sobre um cavalo e outra do suposto amante egípcio. Marco Antônio teve o romance com Cleópatra, Hadrian preferiu outros sabores, mas curiosamente no mesmo pais onde eles iam de vez em quando para fazer política.


Depois de horas no museu eu fui andando sem rumo pelas ruas de Londres e de repente dei de cara com o teatro Licieu onde está em exibição o Rei Leão. Comprei um ingresso para a noite e continuei caminhando. Eu sempre evito, quando possível, pegar metro ou ônibus porque isso certamente vai te privar de alguns momentos interessantes nas ruas, principalmente nas mais movimentadas.

Acabei passando novamente pelo parlamento e depois pela Trafalgar Square, que me lembrou um pouco de algumas cenas que havia visto em filmes sobre Paris. É um pouco triste quando somos obrigados a ver canteiros de obras em lugares tão famosos e aqui na Europa você vai ver isso em qualquer cidade, é inevitável.

Voltei ao teatro e vi com alegria o musical, depois comi um lanche e fui caminhar pela Picadilly Circus que é algo que lembra Times Square – um pouquinho só no visual e um pouquinho mais na quantidade de turista perdido. Foi o lugar em que mais ouvi português do Brasil.
À noite no hostel eu tive uma sorte danada ao conhecer Silvia, uma italiana que parecia bastante tímida, mas que depois que começamos a conversar e soube que eu iria para a Itália, desandou a falar (um pouco em inglês, bastante em italiano) sobre as possibilidades a minha frente. Consultoria gratuita de uma jovem romana que adora viajar, não poderia ser melhor! E com a ajuda de Silvietta (só para os íntimos, três horas de conversa permitiram) montei um roteiro maneiro para explorar a minha amada e intocada Itália, de norte a sul, enquanto me restarem dias!

Deixo Londres, a cidade onde se bobear moro um dia, amanhã vôo para Paris!